Como deixar de comer carne
Imagina você chegar pra sua família um dia e dizer: pessoal, não tem mais carne aqui em casa! Aposto que ninguém ia topar, e por isso mesmo não foi assim que eu fiz. Continue lendo para saber como eu deixei de comer carne.
A carne não é boa para você
Sempre achei que a carne dos mercado não é boa. Não é por falta de nutrientes nem por conta da questão cardiovascular. O problema são os aditivos da carne. Sulfitos, nitritos e nitratos são substâncias comprovadamente cancerígenas, mas necessárias para que o seu bife não apodreça na prateleira do mercado.
Daí que eu resolvi cortar o consumo de carne lá em casa. Só que o meu marido é daqueles que acham que a gente precisa de proteína sempre. Ele não está errado, só que a proteína não está só na carne. Então como substituir a proteína numa dieta vegan?
Convença o marido primeiro
O primeiro passo foi convencer o marido. Para isso eu usei uma técnica muito simples: ajudei-o a chegar a essa conclusão sozinho. O documentário Game Changers (que tem no Netflix) mostra a trajetória de alguns atletas que se tornaram vegetarianos e tiveram grande ganho de desempenho.
Foi batata. Ao terminar o filme o marido já considerava uma alimentação a base de vegetais.
O próximo passo foi justamente ajudá-lo a entender o que ele podia comer. Imagina só: ele comeu carne em todas as refeições durante toda a vida. Arroz e feijão, brócolis, quinoa, tudo isso sempre foi acompanhamento para a carne. Mas não precisa ser assim.
Com a porção do tamanho certo e a combinação adequada conseguimos todas as nossas necessidades proteicas com zero de carne.
Mas não é da noite para o dia. Aqui em casa eu fiz assim para começar uma dieta vegan:
Sugestão de alimentação sem carne
Pequeno almoço vegetariano
No pequeno almoço mantive os ovos, para facilitar a transição e por ser um alimento de qualidade que não tem o problema dos aditivos.
Introduzi também os cogumelos e o grão de bico em forma de pasta, para ajudar na adaptação e para que eles conhecessem sabores novos.
Almoço sem carne
Já para o almoço e jantar o mais complicado foi substituir o costume de ter a carne no prato, de sentir aquele peso, aquela saciedade de comer um bife. Experimentamos o tofu, embora não seja aí o melhor substituto (falarei mais sobre isso no futuro).
Acrescentei mais gorduras boas, como o abacate (usamos muito na salada), as castanhas trituradas (fica igual a farofa e as crianças adoram). Passamos também a comer mais quinoa, que ajuda nessa sensação de saciedade e ele gostou bastante (cozida junto com o arroz fica ótimo e prático). E por fim as leguminosas – feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas e favas – que são fáceis de achar aqui em Portugal e muito saborosas.
O ponto chave foi criar misturas que normalmente eu não fazia. Como feijão vermelho com quinoa e arroz, ou a feijoada vegana, que substitui as carnes por cogumelos e tofu.
Nos primeiros dias foi importante caprichar nos temperos para fazer a família se acostumar com os novos sabores. Um tempero que me ajudou bastante foi a noz moscada, por ser muito usado em pratos de carne.
Meu marido sempre associou aquele peso no estômago depois do almoço a uma refeição bem feita, e demorou um pouco pra se acostumar. Mas em pouco tempo se sentiu melhor e hoje conseguimos passar o mês todo sem nenhuma proteína animal (exceto o ovo e os queijos – uma questão de opção).
Eu quero ser vegan!
Para quem pretende se tornar vegan ou vegetariano essa é a minha história e a minha recomendação. A caixa de comentários está aberta a dúvidas e outras histórias.
Quem vive no Porto pode também marcar uma consulta direto comigo.